"Este Governo é composto de `lobbies" e a senhora ministra [Paula Teixeira da Cruz] representa um `lobbie" muito específico daquele partido, está lá e todos sabemos quem ele é, eles andam aí, e representa um setor da clientela muito poderoso daquele partido, ligado à banca, ligado a certos interesses muito concretos de Lisboa", afirmou à margem de uma reunião com o vice-presidente do município de Boticas. .Na opinião de Marinho e Pinto, estão a encerrar-se tribunais para favorecer "grandes negócios e grandes grupos e interesses privados", o que é "vergonhoso e escandaloso".."Estas medidas são tomadas por pessoas que não saem de Lisboa, não conhecem o país, não conhecem o interior do país, aquilo que costumo designar por betinhos e betinhas de Lisboa", considerou..E, acrescentou, "vivem toda a vida num ambiente luxuoso, nos grandes centros urbanos, por isso, não conhecem a realidade do país"..O novo mapa judiciário foi, na opinião de Marinho e Pinto, feito por burocratas do Ministério da Justiça que tratam os tribunais como peças de xadrez nos gabinetes..O candidato pelo Movimento Partido da Terra (MPT) às eleições europeias considerou que "pior" do que a ministra da Justiça é quem a convidou para o cargo e quem a mantém..Por esse motivo, defendeu a demissão de todo o Governo. "Este Governo, se tivesse vergonha na cara, que não tem, devia demitir-se, mas se não tem coragem para se demitir, talvez o povo português lhe mostre um cartão vermelho já nestas eleições", afirmou. .A reforma judiciária podia, segundo o ex-bastonário, ter sido feita sem fechar tribunais, mas apostando na mobilidade dos magistrados. .A bastonária da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, apelou a um "sobressalto cívico" contra o mapa judiciário, considerando que este é um "fenómeno triste e trágico para o Estado de direito". .O diploma regulamentar da Reorganização Judiciária prevê o encerramento de 20 tribunais e a conversão de 27 tribunais em secções de proximidade, nove das quais com um regime especial que permite realizar julgamento..Segundo a Lei de Organização do Sistema Judiciário, aprovada quinta-feira, o país, que tem atualmente 331 tribunais, fica dividido em 23 comarcas, a que correspondem 23 grandes tribunais judiciais, com sede em cada uma das capitais de distrito..Dos 311 tribunais atuais, 264 são convertidos em 218 secções de instância central e em 290 secções de instância local..Nas secções de instância central são julgados os processos mais complexos e graves, mais de 50 mil euros no cível e crimes com penas superiores a cinco anos no criminal.